As sucessivas prorrogações de prazo da empreitada têm saído caras aos cofres da Câmara de Santarém. A última conta foi de 174 mil euros.
O prolongado atraso nos trabalhos da primeira fase de consolidação das encostas de Santarém vai custar mais 174 mil euros à Câmara de Santarém a título de reposição do equilíbrio financeiro da empreitada, que tem agora prazo de conclusão apontado para setembro de 2023. O prazo inicial previsto para conclusão das obras, recorde-se, era maio de 2019, mas sucessivas contrariedades levaram à dilatação do prazo no tempo.
O sexto pedido de reposição do equilíbrio financeiro apresentado pelo empreiteiro foi aprovado na última reunião de câmara de setembro e refere-se a custos no período entre Agosto 2021 e Maio 2022, resultando da última prorrogação do prazo da empreitada, aprovado pela câmara em Agosto último. A empresa Ancorpor justifica o pedido com “situações na obra que alteraram significativamente o curso dos trabalhos e consequentemente o respetivo cronograma financeiro expectável”.
O montante agora aprovado tem em conta os custos efetivos do empreiteiro com a falta de produtividade dos meios afetos à empreitada durante esse período.
Entre as contrariedades apontadas estavam descobertas arqueológicas, que comprometeram a execução de alguns trabalhos, tanto no pátio do prédio salmão como na Rua de Santa Margarida, a falta de libertação da frente de trabalho nos terrenos das traseiras do Teatro Rosa Damasceno (devido a um litígio com o proprietário) e a falta de definições de projeto relativamente à ligação à rede existente da drenagem da Rua de Santa Margarida.
A primeira fase da empreitada do Projeto Global de Estabilização das Encostas de Santarém foi adjudicada, pela Câmara de Santarém, à empresa Ancorpor – Geotecnia e Fundações Lda. Estava orçada em 5,8 milhões de euros e o financiamento da União Europeia ronda os cinco milhões de euros. A componente nacional é assegurada em partes iguais pela Câmara de Santarém e Infraestruturas de Portugal.
A obra tinha um prazo inicial previsto de 780 dias e conclusão prevista para maio de 2019. Só que os contratempos foram-se sucedendo e o prazo inicial da empreitada tem resvalado como deslizaram as terras encosta abaixo, em agosto de 2014, que obrigaram a cortar a EN114 entre a cidade e a Ribeira de Santarém e a avançar com a empreitada de estabilização das barreiras.